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Decreto de 31 de Julho de 2003

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Cria a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo - CONATRAE.

Decreto de 31 de Julho de 2003 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição, DECRETA:

Brasília, 31 de julho de 2003; 182º da Independência e 115º da República.


Art. 1º

Fica criada a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo - CONATRAE, vinculada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Art. 2º

Compete à CONATRAE:

I

acompanhar o cumprimento das ações constantes do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, propondo as adaptações que se fizerem necessárias;

II

acompanhar a tramitação de projetos de lei relacionados com o combate e erradicação do trabalho escravo no Congresso Nacional, bem como propor atos normativos que se fizerem necessários à implementação do Plano de que trata o inciso I;

III

acompanhar e avaliar os projetos de cooperação técnica firmados entre o Governo brasileiro e os organismos internacionais;

IV

propor a elaboração de estudos e pesquisas e incentivar a realização de campanhas relacionadas à erradicação do trabalho escravo; e

V

elaborar e aprovar seu regimento interno.

Art. 3º

A CONATRAE será integrada:

I

pelo Secretário Especial dos Direitos Humanos, que a presidirá; e

II

pelos seguintes Ministros de Estado:

a

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

b

da Defesa;

c

do Desenvolvimento Agrário;

d

do Meio Ambiente;

e

da Previdência Social; e

f

do Trabalho e Emprego;

III

por dois representantes do Ministério da Justiça, sendo um do Departamento de Polícia Federal e outro do Departamento de Polícia Rodoviária Federal; e

IV

por até nove representantes de entidades privadas não-governamentais, reconhecidas nacionalmente, e que possuam atividades relevantes relacionadas ao combate ao trabalho escravo.

§ 1º

Os representantes de que tratam os incisos I a IV poderão ter substitutos por eles indicados.

§ 2º

Poderão ser convidados a integrar a CONATRAE, na qualidade de observadores, representantes de instituições públicas ou privadas, que possuam notórias atividades no combate ao trabalho escravo.

§ 3º

A CONATRAE terá um vice-presidente, eleito entre os representantes, mediante votação por maioria absoluta.

Art. 4º

A participação dos membros na CONATRAE não será remunerada e seu exercício será considerado de relevante interesse público.

Art. 5º

O regimento interno da CONATRAE disporá sobre seu funcionamento e será elaborado no prazo de sessenta dias, a contar de sua instalação.

Art. 6º

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos dará o apoio técnico, administrativo e financeiro necessário ao funcionamento da CONATRAE.

Art. 7º

A CONATRAE terá a seguinte estrutura básica:

I

Plenário; e

II

Subcomissões Temáticas.

§ 1º

O Plenário reunir-se-á bimestralmente, em caráter ordinário e, extraordinariamente, por convocação do seu Presidente ou por requerimento da maioria absoluta de seus membros.

§ 2º

As Subcomissões Temáticas terão sua composição e organização previstas no regimento interno.

Art. 8º

Fica criado Grupo Executivo de Trabalho, que deverá adotar as providências necessárias para a atuação integrada da fiscalização e repressão ao trabalho escravo, constituído pelos Secretários-Executivos ou ocupante de cargo equivalente dos seguintes Ministérios:

I

da Defesa;

II

do Desenvolvimento Agrário;

III

da Justiça;

IV

do Meio Ambiente;

V

da Previdência Social; e

VI

do Trabalho e Emprego.

Parágrafo único

O Grupo Executivo de Trabalho será coordenado pelo Secretário Especial Adjunto dos Direitos Humanos.

Art. 9º

A primeira indicação dos representantes de que trata o art. 3º será feita pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades, no prazo máximo de vinte dias após a publicação deste Decreto.

Art. 10º

A instalação da CONATRAE dar-se-á no prazo de quarenta e cinco dias a contar da data de publicação deste Decreto.

Art. 11

As deliberações da CONATRAE serão registradas em ata e publicadas no Diário Oficial da União.

Art. 12

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13

Revogam-se os Decretos nºˢ 1.538, de 27 de junho de 1995, e 1.982, de 14 de agosto de 1996 .


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA José Dirceu de Oliveira e Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.8.2003