Questões de Provas e ConcursosPolícia Federal - Escrivão de Polícia Federal - 2018
BLOCO I
Como se pode imaginar, não foi o latim clássico, dos grandes escritores romanos e latinos e falado pelas classes romanas mais abastadas, que penetrou na Península Ibérica e nos demais espaços conquistados pelo Império Romano. Foi o latim popular, falado pelas tropas invasoras, que fez esse papel. Essa variante vulgar sobrepôs-se às línguas dos povos dominados e com elas caldeou-se, dando origem aos dialetos que viriam a se chamar genericamente de romanços ou romances (do latim romanice, isto é, à moda dos romanos).
No século V d.C., o Império Romano ruiu e os romanços passaram a diferenciar-se cada vez mais, dando origem às chamadas línguas neolatinas ou românicas: francês, provençal, espanhol, português, catalão, romeno, rético, sardo etc.
Séculos mais tarde, Portugal fundou-se como nação, ao mesmo tempo em que o português ganhou seu estatuto de língua, da seguinte forma: enquanto Portugal estabelecia as suas fronteiras no século XIII, o galego-português patenteava-se em forma literária.
Cerca de três séculos depois, Portugal lançou-se em uma expansão de conquistas que, à imagem do que Roma fizera, levou a língua portuguesa a remotas regiões: Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cingapura, Índia e Brasil, para citar uns poucos exemplos em três continentes.
Muito mais tarde, essas colônias tornaram-se independentes — o Brasil no século XIX, as demais no século XX —, mas a língua de comunicação foi mantida e é hoje oficial em oito nações independentes: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Instituto Antônio Houaiss. José Carlos de Azevedo (Coord.). Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008, p. 16-7 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens seguintes.
De acordo com o texto, o português deixou de ser "língua de comunicação" (ℓ.28) em Cingapura e na Índia.
- A
Certo
- B
Errado
A forma verbal "caldeou-se" (ℓ.7) relaciona-se, no texto, ao sentido de mistura, fusão ou associação.
- A
Certo
- B
Errado
Do trecho "Séculos mais tarde, (...) o português ganhou seu estatuto de língua" (ℓ. 16 a 18) é correto inferir que, por volta do século XIII, se criou a primeira gramática da língua portuguesa.
- A
Certo
- B
Errado
A expressão "língua de comunicação" (ℓ.28) constitui, pelo contexto, um sinônimo para o termo "galego-português" (ℓ.19).
- A
Certo
- B
Errado
A correção do texto seria mantida se as vírgulas que isolam o trecho "dos grandes escritores romanos e latinos e falado pelas classes romanas mais abastadas" (ℓ. 2 e 3) fossem substituídas por travessões.
- A
Certo
- B
Errado
A expressão "esse papel" (ℓ.6) refere-se à penetração do latim "na Península Ibérica e nos demais espaços conquistados pelo Império Romano" (ℓ. 3 a 5).
- A
Certo
- B
Errado
Dado o trecho "à imagem do que Roma fizera" (ℓ. 22 e 23), é correto concluir que Portugal, em sua "expansão de conquistas" (ℓ.22), atuou de forma idêntica à que o Império Romano adotou para conquistar a Península Ibérica.
- A
Certo
- B
Errado
No texto, é apresentada, em ordem cronológica crescente, uma sucessão de fatos relacionados à história da formação da língua portuguesa.
- A
Certo
- B
Errado
A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas caso a forma verbal "levou" (ℓ.23) fosse substituída por levaram.
- A
Certo
- B
Errado
Mantendo-se os sentidos originais do texto, o vocábulo "remotas" (ℓ.23) poderia ser substituído tanto por longínquas quanto por ignotas.
- A
Certo
- B
Errado