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Artigo 2º, Parágrafo Único, Inciso I, Alínea a da Resolução CONAMA nº 30 de 07 de Dezembro de 1994

Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de atividades florestais no Mato Grosso do Sul - Data da legislação: 07/12/1994 - Publicação DOU nº 248, de 30/12/1994, pág. 21350

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Art. 2º

Considera-se vegetação secundária em regeneração aquela resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária, por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária.

Parágrafo único

Os estágios em regeneração da vegetação secundária, passam a ser assim definidos:

I

Estágio Inicial:

a

fisionomia herbáceo/arbustiva, formando um estrato, variando de fechado a aberto, com a presença de espécies predominantemente heliófitas;

b

as espécies lenhosas ocorrentes variam entre 01 a 10 espécies, apresentando am- plitude diamétrica e altura pequenas, podendo a altura das espécies lenhosas do dossel chegar até 10 m, com área basal (m²/ha) variando entre 7 a 20 m²/ha, com distribuição diamétrica variando até 15 cm, e média de amplitude do DAP 8,0 cm;

c

as epífitas são raras, as lianas herbáceas abundantes, e as lianas lenhosas apresen- tam-se ausentes. As espécies gramíneas são abundantes. A serapilheira, quando presente, pode ser contínua ou não, formando uma camada fina pouco decomposta;

d

no subosque (sinúsias arbustivas) é comum a ocorrência de arbustos umbrófilos, principalmente de espécies de rubiáceas, mirtáceas e melastomatáceas;

e

a diversidade biológica é baixa, podendo ocorrer ao redor de 10 (dez) espécies arbóreas ou arbustivas dominantes; 195 195 Biomas

f

as espécies mais comuns, indicadoras dos estágios iniciais de regeneração, entre outras, são: cancorosa ( Maytenus sp. ), assa-peixe ( Vernonia sp. ), araticum ( Annana sp. ), araçá (P sidium sp. ), pimenta-de-macaco ( Xylopia aromatica ), fumo-bravo ( Solanum gra- nuloso-lebrosum ), goiabeira ( Psidium guiava ), sangra-d’água ( Croton urucurama ), murici ( Byrsonima spp. ), mutambo ( Guazuma ulmifolia ), sapuva ( Machacrium sp. ), arranha-gato ( Acacia spp. ), açoita-cavalo ( Luchea speciosa ), envira ( Xilopia sp. ), amendoim-bravo ( Pte- rogyne nitens ) e urtigão ( Jatropha bahiana ).

II

Estágio Médio:

a

fisionomia arbustiva e/ou arbórea, formando de 1 a 2 estratos, sendo que no estrato superior poucas espécies são predominantes e a maioria ocorre facultativamente;

b

as espécies lenhosas ocorrentes variam entre 10 a 30 espécies, apresentam amplitude de diâmetro e altura médias. A altura das espécies lenhosas do dossel varia entre 10 e 18 m, com área basal variando entre 15 a 30 m²/ha, com distribuição diamétrica variando entre 10 a 35 cm e média de amplitude do DAP 25 cm;

c

as epífitas e as lianas herbáceas são poucas e as lianas lenhosas raras. As espécies gramíneas são poucas. A serapilheira pode apresentar variações de espessura de acordo com as estações do ano e de um lugar a outro;

d

a diversidade biológica é significativa podendo haver em alguns casos a dominância de poucas espécies, geralmente de rápido crescimento;

e

as espécies mais comuns como indicadoras do estágio médio de regeneração são, entre outras: a aroeira ( Astronium urundeuva ), angico ( Piptadenia pergrina ), guapeva ( Pouteria sp ), jatobá ( Hymenaea stilbocarpa ), pau-marfim ( Balphouradendron riedelia- num ), pau-d’óleo ( Copaifera langsdorffii ), caroba ( Jacaranda sp ), jacarandá ( Macha- erium spp ), louro-pardo ( Cordia trichotoma ), farinha-seca ( Pithecellobium edwallii ), amburana ( Amburana cearensis ), cedro ( Cedrela fissilis ), canjerana ( Cabralea canjerana ), canafístula ( Peltrophorum dubium ), canelas ( Ocotea spp e Nectandra spp ), vinhático ( Plathymenia spp ), ipês ( Tabebuia spp ), mamica-de-cadela ( Brosimum gaudichaudii ), mandiocão ( Didimopanex spp ), peito-de-pombo ( Tapira guianensis ), pau-jacaré ( Callis- thene fasciculata ), sucupira-branca ( Pterodon pubescens ), sucupira-preta ( Bowdichia virgiloides ), tarumã ( Vitex sp ), tamboril ( Enterolbium contortisilquem ), pluna ( Psidium sp ), monjoleiro ( Acacia polyphulla ), palmiteiro ( Euterpe edulis ) e bocaiúva ( Acrocomia sclerocarpa ).

III

Estágio Avançado:

a

fisionomia arbórea fechada, tendendo a ocorrer distribuição contígua de copas, podendo o dossel apresentar ou não árvores emergentes;

b

grande número de estratos, com árvores, arbustos, ervas terrícolas, trepadeiras e epífitas, cuja abundância e número de espécies variam em função edafoclimática. As copas superiores em geral são horizontalmente amplas;

c

as espécies lenhosas ocorrentes são superiores a 30 espécies, a amplitude de diâ- metro e altura das espécies lenhosas do dossel é superior a 18 m, com área basal (m²/ha) superior a 30 m²/ha, com distribuição diamétrica variando entre 20 a 50 cm, e média de amplitude do DAP de 30 cm;

d

as epífitas são abundantes, as lianas herbáceas raras e as lianas lenhosas encontram- se presentes. As gramíneas são raras. A serapilheira está presente, variando em função do tempo e da localização, apresentando intensa decomposição;

e

no subosque, os estratos arbustivos e herbáceos aparecem com maior ou menor freqüência, sendo os arbustivos aqueles que foram citados no estágio médio de regeneração (arbustos umbrófilos) e o herbáceo formado por bromeliáceas, aráceas, marantáceas e heliconiáceas, notadamente nas áreas mais úmidas;

f

as espécies mais comuns, indicadoras do estágio avançado de regeneração, são entre outras: a peroba ( Aspidosperma sp ), canafístula ( Peltophorum dobium ), jequitibá ( Cariniana estrellensis ), louro-preto ( Cordia chamissoniana ), figueira ( Ficus sp ), breu ( Protium sp ), bálsamo ( Myrocarpus frondosus ), canjerana ( Cabralea sp ), quebracho ( Schinopsis spp ), maria-preta ( Diatenopterux sorbifolia ), pau-ferro ( Cacsalpinia ferrea ), jatobá ( Hymenea spp ), pau-marfim ( Balfourodendron riedelianum ), paineira ( Chrostia 196 196 speciosa ), guaratã ( Esenbeckia leiocarpa ), alecrim ( Holocalyx balansae ), erva-mate ( Ilex paraguariensis ), dentre outras.