Use o Vade Mecum AI para Concursos: Lei + Questões em um só lugar!
JurisHand AI Logo

Jurisprudência TSE 060029191 de 06 de agosto de 2021

Publicado por Tribunal Superior Eleitoral


Relator(a)

Min. Mauro Campbell Marques

Data de Julgamento

01/07/2021

Decisão

O Tribunal, por maioria, vencido o Ministro Edson Fachin, negou provimento aos agravos internos, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator os Ministros Sérgio Banhos, Carlos Horbach, Alexandre de Moraes, Luis Felipe Salomão e Luís Roberto Barroso (Presidente). Composição: Ministros Luís Roberto Barroso (Presidente), Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos e Carlos Horbach.

Ementa

ELEIÇÕES 2020. AGRAVOS INTERNOS EM RECURSOS ESPECIAIS. RRC. PREFEITO. DEFERIMENTO NA ORIGEM. NÃO CONFIGURAÇÃO DAS CAUSAS DE INELEGIBILIDADE DO ART. 1º, I, G E L, DA LC Nº 64/1990. AUSÊNCIA DE ATO DOLOSO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. NÃO COMPROVAÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO Nº 24 DA SÚMULA DO TSE. FUNDAMENTAÇÃO PROFERIDA PELO VOTO VENCEDOR DIAMETRALMENTE OPOSTA À CONCLUSÃO ADOTADA PELO VOTO VENCIDO. INVIABILIDADE DE CONSIDERAÇÃO DESTE ÚLTIMO. PRECEDENTES. NEGADO PROVIMENTO AOS AGRAVOS INTERNOS.1. Na origem, foi impugnado o requerimento de registro de Moacyr Batista de Souza Leite Júnior, candidato ao cargo de prefeito, tendo sido imputadas a ele as causas de inelegibilidade descritas no art. 1º, I, g e l, da LC nº 64/1990, decorrentes de condenação por improbidade administrativa e de rejeição das contas referentes ao exercício de 2010 pela Câmara de Vereadores.2. Para incidir a causa de inelegibilidade da alínea g, é necessária a presença cumulativa do seguintes requisitos: (a) existência de prestação de contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas; (b) julgamento e rejeição ou desaprovação; (c) detecção de irregularidade insanável; (d) que essa irregularidade represente ato doloso de improbidade administrativa; (e) decisão irrecorrível no âmbito administrativo emanada do órgão competente para julgar contas; e (f) inexistência de suspensão ou anulação da condenação pelo Poder Judiciário.3. Quanto à configuração da inelegibilidade da alínea l, este Tribunal reafirmou para as eleições de 2020 a sua jurisprudência no sentido de que é necessária a presença cumulativa de dano ao erário e de enriquecimento ilícito – arts. 9º e 10 da Lei nº 8.429/1992 (REspEl nº 0600181–98/AL, rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, PSESS de 1º.12.2020).4. Na espécie, o Tribunal de origem, por 6 a 1, reformou a sentença para deferir o registro de candidatura, afastando peremptoriamente a incidência das causas de inelegibilidade, por entender inexistir ato doloso de improbidade administrativa e por não ter sido comprovado o enriquecimento ilícito próprio ou de terceiros.5. Alterar a conclusão assentada na origem quanto à não configuração das causas de inelegibilidade demandaria, necessariamente, o reexame de fatos e provas, o que é vedado em recurso especial, conforme o Enunciado nº 24 da Súmula do TSE.6. Deve ser mantida a decisão agravada ante a inexistência de argumentos aptos a modificá–la. 7. Negado provimento aos agravos internos.


Jurisprudência TSE 060029191 de 06 de agosto de 2021